Gênero textual CRÔNICA
Crônica é um gênero textual que sempre cai no ENEM. Se você está na turma dos que acham que nunca leram uma crônica e que não saberão criar uma, chegamos para te ajudar! Antes de tudo, é difícil que realmente nunca tenha lido, isso porque elas são escritas há anos e são muito versáteis. É bem possível que você já tenha cruzado com uma em seu feed do Facebook, no Instagram ou m outra rede social por exemplo, e nem sabe!
Grandes nomes da literatura brasileira escreveram crônicas: Machado de Assis, Raquel de Queiroz, João do Rio, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade são apenas alguns dos representantes da crônica brasileira. Estes autores tiveram espaço nos jornais para inserirem as suas experiências sobre o cotidiano em que viviam.
Beleza, digamos que você realmente não tenha tido nenhum contato com esse gênero textual. Eu te garanto: a crônica é um dos mais dinâmicos que existem. Tanto o jornalismo quanto a literatura trabalham com esse tipo de escrita.
Gênero textual é uma das matérias queridinhas dos vestibulares, viu? Queremos que você fique esperto para as provas de português. Por isso, preparamos este artigo para apresentar alguns exemplos de crônicas! Vamos nessa?
Leia abaixo 1 exemplo de crônica de grande sucesso
A crônica é da escritora Clarice Lispector:
Cérebro eletrônico: o que sei é tão pouco
Decididamente estou precisando ir ao médico e pedir um remédio contra falta de memória. Ou melhor, uma amiga já me deu dois vidros de umas pílulas vermelhas contra falta de memória mas é exatamente minha falta de memória que me faz esquecer de tomá-las. Isso parece velha anedota, mas é verdade.
Tudo isso vem a propósito de eu simplesmente não me lembrar quem me explicou sobre o cérebro eletrônico. E mais: tenho em mãos agora mesmo uma fita de papel cheia de buraquinhos retangulares e essa fita é exatamente a da memória do cérebro eletrônico. Cérebro eletrônico: a máquina computadora poupa gente. Os dados da pessoa ou do fato estão registrados na linguagem do computador (furos em cartões ou fitas). Daí vão para a memória: que é outro órgão computador (outra máquina) onde os dados ficam guardados até serem pedidos.
Partindo deste princípio, chegamos ao definidor eletrônico: a partir de um desenho feito em um papel magnético a máquina (ou o cérebro) pode reproduzir em matéria de desenho. Isto é: entra o desenho e sai o objeto (cibernética, etc.) Há a experiência plástica, visual e também literária da reprodução (número e quantidade). A sensação é de apoio para o homem. Compensação do erro. Há possibilidade de você lidar com uma máquina e seus sensores como a gente gostaria de lidar com nosso cérebro (e nossos sensores), fora da gente mesmo e numa função perfeita.
Bem. Acabo de dizer tudo, mas mesmo tudo, o que sei a respeito do cérebro eletrônico. Devo inclusive ter comedido vários erros, sem falar nas lacunas que, se fossem preenchidas, esclareceriam melhor o problema todo.
Peço a quem de direito que me escreva explicando melhor o cérebro eletrônico em funcionamento. Mas peço que use termos tão leigos quanto possível, não só para que eu entenda como para que eu possa transmiti-los com relativo sucesso aos meus leitores.
Quando penso que cheguei a falar no mistério, que continua mistério, do cérebro eletrônico, só posso dizer como a gente dizia lá em Recife: Virgem Maria!...
Mas o amor é mais misterioso do que o cérebro eletrônico e no entanto já ousei falar de amor. É timidamente, é audaciosamente, que ouso falar sobre o mundo.
Bons estudos!
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